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Os monumentos de Paris e a história do mundo

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Emoldurada por um magnífico céu azul, Paris estava ainda mais charmosa. Parado no meio da praça eu observava um obelisco de quase 300 toneladas e 3300 anos. É impressionante como o Egito antigo ainda é lembrado em todos os cantos da Europa… Olhei para a esquerda. Ali, compondo a paisagem, estava a Torre Eiffel, até hoje o maior edifício de Paris. Ao fundo era possível ver o Arco do Triunfo, onde Napoleão – e mais tarde Hitler – planejaram comemorar suas vitórias militares.

Duas fontes do século 19 completavam a vista. Mas foi uma pequena inscrição ao pé do obelisco que me fez tremer: “De novembro de 1792 até maio de 1795 esse foi o lugar das execuções públicas.” E quantas execuções. 1119 pessoas perderam a cabeça naquele local, quase metade das decapitações realizadas durante a revolução sa.

E de repente não tinha Torre Eiffel, nem Arco do Triunfo, nem carros nas ruas ou turistas na Praça da Concórdia, a segunda maior da França. Vi o Rei Luis XVI ser levado até o centro da praça. Ao redor, uma multidão. Perto de onde antes estava o obelisco, a temida guilhotina. E em um segundo a cabeça do Rei estava no chão… e a da rainha Maria Antonieta (“Se não têm pão, que comam brioches”). E a de Lavoisier (“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”). E a de Robespierre. E a dos Girondinos. Centenas delas, cabeças sem fim.

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Obelisco em Concordia, Paris

De verdade, não sei a razão para eu gostar tanto de história. Ela sempre foi pra mim uma coisa de livros e salas de aula – e isso pode ser muito monótono durante a adolescência. E seu professor insiste em colocar a revolução sa na sua cabeça (logo ela, por quem tantos perderam cabeças). Mas o fato é que eu gosto. Muito mesmo. E invejo todos os alunos ses, que escutam sobre os girondinos e jacobinos na Praça da Concórdia, no ponto exato onde ficava a antiga guilhotina. Quem sabe no ponto onde caiu a cabeça de Luís XVI… Assim a história fica muito mais real.

Dizer que Paris é linda é absurdamente óbvio. As praças, os parques, os monumentos, o rio Sena… Todos esses lugares para visitar, tirar mil fotos, desejar voltar sempre ou então nunca mais sair dali. Mas essa outra Paris – tão histórica quanto Roma, embora um pouquinho mais próxima de nosso mundo moderno – oferece um tour que não pode deixar de ser feito: o do capítulo 17 do meu livro de história do ensino fundamental. A Paris da revolução sa.

Praça da Concordia - Paris

Cerca de 5 km separam os lugares ligados à revolução que ficam dentro de Paris. É possível percorrer isso em duas horas. Nada sobrou da Bastilha – a prisão e fortaleza foi totalmente destruída em 1789 – mas não tem como ar pela praça que lembra a sua existência e não pensar no avanço dos filhos da pátria e no fim do direito divino dos reis.  E ainda tem a Place du Châtelet. E o Les Invalides, onde está a tumba do maior personagem de outra fase da revolução, Napoleão I, o Bonaparte.

E a cerca de 20 km de Paris está Versailles, palácio de 700 quartos da família real sa (e depois do imperador Napoleão I) que foi cercado pelos revolucionários em 1789. Com o audioguide ligado, olho para o quarto que era da rainha. Em português, a voz explica: ‘Foi por essa porta ao lado da cama que Maria Antonieta fugiu, quando o povo invadiu os jardins e cercou o Palácio, em 5 de outubro de 1789.’ Parado, viro testemunha da história. E sem precisar do meu livro didático.

Palácio de Versailles - Paris

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Rafael Sette Câmara

Sou de Belo Horizonte e cursei Comunicação Social na UFMG. Jornalista, trabalhei em alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil, como TV Globo e Editora Abril. Sou cofundador do site 360meridianos e aqui escrevo sobre viagem e turismo desde 2011. Pelo 360, organizei o projeto Origens BR, uma expedição por sítios arqueológicos brasileiros e que virou uma série de reportagens, vídeos no YouTube e também no Travel Box Brazil, canal de TV por . Dentro do projeto Grandes Viajantes, editei obras raras de literatura de viagem, incluindo livros de Machado de Assis, Mário de Andrade e Júlia Lopes de Almeida. Na literatura, você me encontra nas coletâneas "Micros, Uai" e "Micros-Beagá", da Editora Pangeia; "Crônicas da Quarentena", do Clube de Autores; e "Encontros", livro de crônicas do 360meridianos. Em 2023, publiquei meu primeiro romance, a obra "Dos que vão morrer, aos mortos", da Editora Urutau. Além do 360, também sou cofundador do Onde Comer e Beber, focado em gastronomia, e do Movimento BH a Pé, projeto cultural que organiza caminhadas literárias e lúdicas por Belo Horizonte.

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6 comments

Olá… tuas histórias de Paris tiveram curiosidades sobre a Louca de Paris? A história para ter esquecido dela… O que tu podes me dizer acerca dela. Grata. Abraços de luz.

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Oi Rafael! Seu Blog esta sendo muito util pra mim. Estou em uma viagem pela Europa(morando em Miao) e estou partindo para Paris nesta semana para ficar meus ultimos e preciosos 20 dias e depois voltar para o Brasil.
Achei muito boa a parte “testemunha” pois me senti da mesma maneira em Roma quando me deparei com o Coliseu. Eu disse pro meu namorado: “aeee, ahhhhh…” Consegue ouvir o barulho da multidao??? Acho que naquele instante ele me achou meio louca..haha.. Mas foi o que eu senti.
Parabens pelo seu blog!! Vou buscar por mais dicas aqui!!

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A história é a ressurreição de povos….

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Como sempre, foda.

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